Já se passaram das quatro da manhã e ainda não consigo dormir. Rolo
de um lado para o outro na cama e nada. Algo me afetou hoje. Coisa que não
deveria acontecer, eu sei, mas não tive como evitar. Não pretendo expor
detalhes. Minha intenção é totalmente outra. Escrever. Apenas escrever.
Expressar por palavras o que sinto. Mas, o que sinto? Não tem como explicar. É
uma mistura de tristeza, com decepção.
Não imaginei que seria assim. Não passou pela minha cabeça que mudaria
assim. Talvez não te conhecesse por completo a ponto de não lhe conhecer mais.
É difícil, mas não sei se o conheço mais. Alguns dias se passaram. Poucos,
confesso, mas aquele olhar mudou, completamente. Não gosto de falar sobre isso, mas preciso,
necessito. Queria ver novamente aquele olhar bobo que via antes. Ah, aquele
olhar... Como mudar as coisas agora se já estão tão complicadas? Nunca achei
uma resposta concreta para isso e nem para várias outras perguntas que me fiz
com o decorrer desta noite. Está tudo
realmente mudando. Sabia que esse dia chegaria, só não imaginava que estaria
tão próximo. Abri mão do orgulho várias
vezes, mas de quê adiantou? Nada. Isso
me intriga. Me intriga muito.
Lá fora, a chuva cai, mostrando toda sua força e aqui dentro
posso ouvir cada gota caindo ao chão. Gosto deste som. Ele me lembra a sua voz,
tranquila e suave, mas ao mesmo tempo, dura e forte. Me dá um nó na garganta ao
lembrar dela. Sinto minhas lágrimas começarem a cair novamente. Não queria.
Odeio quando isso acontece. Mas ta cada vez mais difícil contê-las. Sei que a
vida não é um conto de fadas, isso é fato, mas nós podemos deixa-la mais bonita
de se ver e viver. Ou pelo menos podíamos. Palavras me atingiram hoje com a
mesma intensidade de um trovão. Já não
compreendo mais muita coisa. Deixo o vento me levar. Ele está levando tudo embora. “A vida continua e se
entregar é uma bobagem”, um dia aprendi isso. Hoje, o pratico.
Um leve frio surge, fazendo meu coração congelar de vez. Já sei o que vou fazer, me decidi. Agir como age comigo. Tratar como me trata. Se está bem, também estou. Se não está, não estou. Se for rude, serei ainda mais. Vou desapegar. É como sempre dizem, “as pessoas gostam mesmo do que não tem” e é isso que estou decidida a fazer. Aquela bobinha que sempre voltava atrás não existirá mais, sumiu, desapareceu. Agora, terá aquela que ficará no lugar dela independentemente de qualquer coisa.
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